Morre aos 58 anos Hugo Chávez, presidente da Venezuela
Não vou defendê-lo e nem criticá-lo mas o fato é
que Hugo Chavez inúmeras vezes denunciou a NOM, assim como o controle mundial
feito por forças, digamos, obscuras. Após um governo, digamos, não muito
correto , com seus prós e contras, ele já havia anunciado que tinha pretensões
de ficar no poder até 2031 quando foi "surpreendido" com um
"câncer". Em meio a grandes mudanças globais, mais uma peça do
tabuleiro acaba de cair. O mundo agora aguarda seu sucessor... Em breve
traremos mais notícias. Segue a notícia do G1:
Ele lutava contra um
câncer desde 2011 e passou por tratamento em Cuba.
Vice Maduro anunciou morte e disse que mobilizou as Forças Armadas.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
morreu na tarde desta terça-feira (5), aos 58 anos, na capital Caracas.
A morte ocorreu às 16h25 locais (17h55 de
Brasília), segundo o vice-presidenteNicolás Maduro,
herdeiro político de Chávez, que fez o anúncio em um pronunciamento ao vivo na
TV.
"Às 16h25 locais (17h55 de Brasília)
de hoje 5 de março, faleceu o comandante presidente Hugo Chávez Frías",
disse Maduro, emocionado.
"É um momento de dor", afirmou,
cercado pelos ministros do governo.
Chávez estava internado em um hospital
militar na capital, Caracas.
O vice Maduro afirmou que mandou as Forças
Armadas para as ruas, para garantir a segurança.
A cúpula das Forças Armadas foi à TV estataljurar
lealdade a Maduro e respeito à Constituição.
Discurso agressivo
Horas antes, Maduro havia feito um discurso agressivo na TV, acusando os adversários políticos de. "conspiração" e dizendo que Chávez enfrentava o momento "mais duro" desde sua última cirurgia.
Horas antes, Maduro havia feito um discurso agressivo na TV, acusando os adversários políticos de. "conspiração" e dizendo que Chávez enfrentava o momento "mais duro" desde sua última cirurgia.
O governo também anunciou
a expulsão de dois adidos militares americanossupostamente
envolvidos em "contatos não autorizados" com militares venezuelanos.
Luta contra o câncer
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano.
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano.
Chávez foi um dos mais
destacados e controversos líderes da América Latina. Desde que assumiu o
comando daVenezuela,
em 1999, o militar da reserva promoveu mudanças à esquerda, na política e na
economia.
Ele nacionalizou
empresas privadas, atribuiu ao Estado atividades essenciais, além de mudar a
Constituição, o nome, a bandeira e até o fuso horário do país (1h30 a menos que
o horário de Brasília).
Chávez foi reeleito
pela primeira vez em 2006, com mais de 62% dos votos, e novamente em 2012, com
54%.
Ele tentou chegar ao
poder pela primeira vez em 1992 através de uma tentativa fracassada de golpe de
Estado, que fez com que fosse preso.
Em 2002, já no comando
do país, sofreu um golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas. Foi
restituído por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores.
A Venezuela, que é
membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), possui uma
economia dependente das exportações do combustível, tendência que Chávez queria
mudar com a entrada do país no Mercosul. O país tem 30 milhões de hectares de
terras cultiváveis, mas importa até 70% dos alimentos que consome. A população
é de quase 29 milhões de habitantes.
Trajetória
Hugo Rafael Chávez
Frías nasceu em 28 de julho de 1954, em Sabaneta, estado de Barinas, no oeste
do país. Filho de professores, ele casou e se divorciou por duas vezes. Tem
quatro filhos – duas mulheres e um homem do primeiro matrimônio, e uma menina
do segundo – e três netos.
Militar reformado,
Chávez entrou para a política depois de uma fracassada tentativa de golpe de
Estado que o levou à prisão, em 1992.
Desde que venceu as
primeiras eleições presidenciais, em 1999, com a promessa de pôr fim à
"partidocracia corrupta" em que o governo havia se transformado e de
distribuir a renda do petróleo entre os setores excluídos da sociedade, o
presidente assumiu um estilo único de fazer política.
Ele chegou ao poder em
fevereiro daquele ano como o 47º presidente da Venezuela, jurando sobre uma
Constituição que ele afirmou estar "moribunda".
Entre suas primeiras
decisões, proibiu que o Departamento Antidrogas dos Estados Unidosfizesse
sobrevoos no país e, anos mais tarde, em 2008, expulsou o embaixador americano.
No final de 1999,
alcançou o seu objetivo de mudar a carta magna da Venezuela e iniciar o que
chamou de "Revolução Bolivariana".
Crises políticas
Chávez enfrentou momentos difíceis no poder, como quando, depois de vários dias de greves nacionais, em 11 abril de 2002, sofreu um golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas. Após tumultos e 19 mortes, o líder venezuelano foi restituído ao cargo por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores pelas ruas de Caracas.
Chávez enfrentou momentos difíceis no poder, como quando, depois de vários dias de greves nacionais, em 11 abril de 2002, sofreu um golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas. Após tumultos e 19 mortes, o líder venezuelano foi restituído ao cargo por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores pelas ruas de Caracas.
Naquele mesmo ano, uma
greve liderada por trabalhadores, empregadores e contratados da estatal de
petróleo de Venezuela paralisou a indústria vital para o país. A greve
prolongou-se até fevereiro de 2003 e derrubou a produção petrolífera,
impactando com força a economia.
Os trabalhadores
criticavam a implantação do projeto de "grande revolução
bolivariana", que atingiu proprietários de terras, produtores de combustíveis
e bancos. O termo é referência ao líder revolucionário Simón Bolívar,
responsável pela independência de vários países da América do Sul, em quem
Chávez dizia se inspirar.
Em 2004, após
violentos protestos da oposição que deixaram outros nove mortos, Chávez
submeteu-se novamente a um referendo público que o confirmou no poder.
Reeleição em 2006
Em 2006, em nova eleição presidencial, ele obteve 62% dos votos contra o opositor Manuel Rosales. No novo mandato, Chávez declarou a transformação da Venezuela em um Estado socialista.
Em 2006, em nova eleição presidencial, ele obteve 62% dos votos contra o opositor Manuel Rosales. No novo mandato, Chávez declarou a transformação da Venezuela em um Estado socialista.
Durante este período,
o militar reformado iniciava seu projeto de estatização da maioria das empresas
venezuelanas, em setores cruciais como telecomunicações e eletricidade. Em maio
de 2007, a Radio Caracas Television, emissora mais antiga da Venezuela,
encerrou suas transmissões após não ter sua concessão renovada pelo governo.
Iniciava-se também sua
tentativa de reforma na Constituição, que permitira sua reeleição por tempo
indefinido. Após uma primeira derrota, ocorrida no final de 2007, o projeto foi
aprovado em referendo popular em fevereiro de 2009.
Em 2010, Chávez sofreu
sua primeira derrota nas urnas, em eleições legislativas. Apesar de ter obtido
a maioria dos votos, seu partido não conseguiu dois terços da Assembleia
Nacional venezuelana, objetivo necessário para facilitar a aprovação dos
projetos do governo.
Com uma manobra
política, no entanto, conseguiu aprovar um dispositivo que o permitiu governar
por mais seis meses por decretos de emergência.
Entrada na Mercosul
A Venezuela entrou oficialmente no Mercosul em 13 de agosto de 2012, depois de cerimônia simbólica em 31 de julho ocorrida em Brasília, com a presença de Hugo Chávez.
A Venezuela entrou oficialmente no Mercosul em 13 de agosto de 2012, depois de cerimônia simbólica em 31 de julho ocorrida em Brasília, com a presença de Hugo Chávez.
O ingresso ocorreu
após Brasil, Argentina e Uruguai suspenderem o
Paraguai do bloco como sanção pelo impeachment do presidente Fernando Lugo.
Em 22 de junho do ano passado, o Senado do Paraguai votou pela destituição de
Lugo no processo político "relâmpago" aberto contra ele na véspera e
encarado pela comunidade de países sul-americanos como golpe. O país vinha
impondo o veto à entrada da Venezuela no grupo.
"Faz tempo que a
Venezuela devia entrar no Mercosul. Mas como está escrito na Bíblia, tudo o que
vai ocorrer sob o sol tem sua hora", disse Chávez à ocasião. "Nos
interessa muito sair do modelo petroleiro, impulsionar o desenvolvimento
agrícola da Venezuela [...] Temos disponíveis mais de 30 milhões de hectares
para o desenvolvimento da agricultura", afirmou.
O ministro das
Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, disse em setembro de 2012 que
"houve unanimidade
no Mercosul e Unasul para a suspensão do Paraguai. O que
reforçou a suspensão foi o fato de todos os países, como gesto de repúdio,
retiraram seus embaixadores, o que não ocorreu em Caracas, na Venezuela".
Com o ingresso da
Venezuela, o Mercosul passou a contar com população de 270 milhões de
habitantes, ou 70% da população da América do Sul. Segundo o Ministério de
Relações Exteriores brasileiro, o PIB do bloco será de US$ 3,3 trilhões (83,2%
do PIB sul-americano), com território de 12,7 milhões de km² (72% da área da
América do Sul).
Reeleição em 2012
Em 7 de outubro, Chávez derrotou Henrique Capriles Radonski, mesmo com uma campanha limitada, e garantiu novo mandato, o quarto consecutivo, até 2019, prometendo "radicalizar" o programa socialista que vinha implantando no país.
Em 7 de outubro, Chávez derrotou Henrique Capriles Radonski, mesmo com uma campanha limitada, e garantiu novo mandato, o quarto consecutivo, até 2019, prometendo "radicalizar" o programa socialista que vinha implantando no país.
O presidente teve
cerca de 54% dos votos, contra 45% do oponente, e o comparecimento às urnas foi
de quase 81%. Dilma disse na ocasião que a vitória foi um
"processo democrático exemplar".
Durante a campanha, Chávez pediu a vitória para tornar "irreversível" o seu sistema socialista e acelerar o Estado comunista, algo que os críticos veem como uma nova manobra para concentrar mais poder em suas mãos. Ele não hesitou em falar em uma “ameaça de guerra civil” caso o rival ganhasse as eleições.
Durante a campanha, Chávez pediu a vitória para tornar "irreversível" o seu sistema socialista e acelerar o Estado comunista, algo que os críticos veem como uma nova manobra para concentrar mais poder em suas mãos. Ele não hesitou em falar em uma “ameaça de guerra civil” caso o rival ganhasse as eleições.
Capriles foi o
primeiro adversário a ter chances reais de derrotar Hugo Chávez, ao capitalizar
o descontentamento acumulado durante os mandatos do presidente. Em conversa com
o G1 na época, ele disse que
seguiria o modelo brasileiro caso fosse eleito.
Além de ser comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), com maioria na Assembleia Nacional, Hugo Chávez também controlava a mídia estatal.
Além de ser comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), com maioria na Assembleia Nacional, Hugo Chávez também controlava a mídia estatal.
Política externa
A política externa foi inspirada pelo líder cubano Fidel Castro e marcada por críticas contra o "imperialismo" dos Estados Unidos, país que ele acusa de ser responsável pelo breve golpe que sofreu em 2002 e por questões que vão desde a mudança climática até uma suposta tentativa de assassiná-lo.
A política externa foi inspirada pelo líder cubano Fidel Castro e marcada por críticas contra o "imperialismo" dos Estados Unidos, país que ele acusa de ser responsável pelo breve golpe que sofreu em 2002 e por questões que vão desde a mudança climática até uma suposta tentativa de assassiná-lo.
Durante sua gestão,
Hugo Chávez reforçou a cooperação com seus aliados de esquerda na América
Latina como Bolívia,
Equador, Nicarágua, além de tecer parcerias com os governos polêmicos de Irã,
Síria, Belarus, Líbia, entre outros. Ele foi pragmático o suficiente,
entretanto, para continuar a vender diariamente para os Estados Unidos um
milhão de barris de petróleo.
Com os seus
"petrodólares", estabeleceu iniciativas regionais como o grupo de
coordenação política Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América
(Alba) e subsidiou o petróleo da Petrocaribe, aliança entre alguns países do
Caribe com a Venezuela.
O presidente
venezuelano tratava outros líderes internacional com intensidade, respeito ou
desprezo, chegando a dizer que havia sentido cheiro de "enxofre" na
tribuna da Assembleia Geral da ONU, em 2007, após ter passado pelo então
presidente americano, George W. Bush, que já foi chamado por Chávez de bêbado e
genocida.
Barack Obama, a quem
Chávez parabenizou pela eleição em 2008, foi taxado mais tarde de
"farsante". Quando Obama foi reeleito em outubro deste ano, o
venezuelano disse desejar que o americano "se dedique a
governar seu país, deixando de invadir povos e desestabilizar países".
Chávez tinha apreço
especial por Lula e Dilma devido ao histórico de combate dos brasileiros
durante a ditadura militar. "Eu e Lula somos irmãos. Somos mais que
irmãos. Somos, como já disse Fidel Castro, esses tipos que andam por aí fazendo
coisas, como Dilma, Cristina [Fernandez, presidente da Argentina], Néstor
[Kirchner, ex-presidente argentino]”, disse Hugo Chávez,
durante a primeira visita oficial da presidente brasileira à Venezuela.
Populismo
Hugo Chávez manteve-se no poder graças à implementação das suas "missões", programas sociais que melhoraram os níveis de educação e saúde públicas venezuelanas, embora a pobreza, o desemprego e a violência tenham se espalhado pelo país, que possui uma das maiores reservas de petróleo da região.
Hugo Chávez manteve-se no poder graças à implementação das suas "missões", programas sociais que melhoraram os níveis de educação e saúde públicas venezuelanas, embora a pobreza, o desemprego e a violência tenham se espalhado pelo país, que possui uma das maiores reservas de petróleo da região.
Sua popularidade
contrastava com a rejeição vinda da classe média, afetada pelas restrições
econômicas impostas em nome da revolução e por políticas de desapropriação de
empresas privadas.
Seu discurso
beligerante polarizou a sociedade ao demonizar os oponentes e queimar todas as
pontes de entendimento com a outra metade do país – politicamente, uma
estratégia muito rentável, admitem fontes próximas ao governo.
Viciado em
comunicação, convocava constantemente a cadeia nacional de rádio e TV para
longos discursos, além de comandar por muito tempo o programa semanal
"Alô, Presidente", no qual discutia suas ideias políticas, recebia
convidados para entrevistas, entregava obras públicas e até vendia
eletrodomésticos chineses com preços subvencionados pelo governo.
Tornou-se também um
grande usuário do Twitter, onde reunia milhares de seguidores, mas diminuiu o
uso do microblog após a eleição de 2012.
Seu último tuíte foi
postado em 18 de fevereiro.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/03/morre-aos-58-anos-o-presidente-da-venezuela-hugo-chavez.html