Foi entre as décadas de 40 e de 50 que
Isaac Asimov escreveu a história de “I, Robot” (Eu, robô). Justamente nesta
obra, o autor apresentou ao público quais seriam as três leis fundamentais que
a robótica deveria seguir.
Apesar de os contos de Asimov fazerem parte de uma obra de ficção, Hollywood
aceitou muitas ideias do autor e criou diversas adaptações com base nas leis da
robótica. Finalmente em 2004, sob a direção de Alex Proyas (o mesmo de
“Presságio”), o estúdio da Fox lançou o filme “Eu, robô”.
E
assim começa o futuro...
Ambientado
em 2035, o longa tem como base a história de um detetive do FBI que investiga
um suicídio. A princípio um caso desse tipo não teria nada a ser investigado,
visto que na cena do crime não havia outra pessoa além do Dr. Alfred Lanning.
Eis o grande mistério do caso, porque o Dr. Lanning era o criador das três leis
da robótica (uma interpretação de Isaac Asimov dentro do filme) e não havia
motivos para tal atitude. De fato, o caso não seria investigado, mas graças à
tecnologia do futuro, Alfred pôde programar um dispositivo que chamaria o
detetive Del Spooner (Will Smith) para a cena do crime.
Ao vasculhar o local onde o Dr. Lanning trabalhava, Spooner encontra um robô
que repentinamente se levanta e ameaça o detetive. Não demora muito até que
outros acontecimentos induzam o policial a acreditar que os robôs são inimigos
poderosos e podem infringir as leis da robótica.
Hologramas em
todos os lugares
Logo no início do
filme vemos que as pessoas possuem dispositivos portáteis capazes de projetar
hologramas. Na cena em que vemos o Dr. Leanning falando com o detetive Spooner,
nota-se que a potência e a qualidade dos hologramas no futuro serão
surpreendentes.
Em nossa realidade
vemos uma tecnologia bem inferior, porém já existe algo que possa dar
esperanças de uma evolução que resulte em algo semelhante ao que o longa
mostra. A tecnologia que a Sony exibiu durante uma apresentação em alto-mar
mostra um dragão de proporções fantásticas.
A idéia da Sony
era divulgar o filme “Meu monstro de estimação” e independente da arrecadação
do filme, tivemos o prazer de conhecer uma forma de holograma impressionante.
Para 2035 é possível que exista algoparecido com o dispositivo do
filme “Eu, robô”, talvez a própria Sony evolua sua tecnologia, ou quem sabe,
outras empresas invistam no ramo.
Tudo obedece a sua
voz
Se o futuro é
totalmente facilitado por máquinas, não existem motivos para deixar os
eletrônicos sem um mínimo de praticidade. Em “Eu, robô” vemos que a cientista
Susan Calvin tem dificuldade para utilizar o aparelho de som do detetive
Spooner.
Em 2035, as
pessoas estarão habituadas aos comandos de voz, sendo muito fácil apenas dizer
“Ligar”, “Tocar” ou “Reproduzir” para que um mini system execute as músicas de
uma mídia. Apesar de no filme não ser mostrado, presume-se que outros aparelhos
também funcionem de maneira semelhante.Na atualidade temos coisas parecidas, sendo que até mesmo o sistema
operacional Windows pode ser comandado por voz. Claro que estamos um pouco
longe de alcançar uma perfeição como a do filme, pois ao usar o comando por voz
no Windows é necessário estar com o computador ligado e usar um microfone para
que ele capte somente a voz do proprietário.
No futuro as vantagens vão um pouco
além, sendo desnecessário ligar o aparelho para então ordenar comandos. Seria
como se o aparelho pudesse manter um mínimo de energia e processamento para ser
ativado totalmente quando reconhecesse a voz de um humano.
Automóvel invejável
Para
se locomover de um local a outro em busca da verdade, o detetive Spooner dirige
um veículo bem futurista. Criado especialmente para o filme, o Audi RSQ tem
tudo o que alguém pode imaginar em design e funcionalidade.
Com motor posicionado na parte traseira, rodas esféricas (você não leu errado),
portas que abrem para cima e um interior impressionante, o RSQ deixa qualquer
um babando. A Audi criou este carro-conceito somente para as filmagens de “Eu,
robô”, porém o sucesso do carro foi grande e ele foi exposto em diversas
feiras.
Infelizmente, não houve meios de comercializar o automóvel, pois muitas
funcionalidades foram criadas com base em ideias fictícias, fator que não
impulsionou a Audi a investir na fabricação de um veículo semelhante. Abaixo
você pode conferir uma galeria de fotos oficiais:
Em teoria, o Audi
RSQ pode ter piloto automático (com regulagem de velocidade e direção),
computador de bordo com mapas e comandos de voz, possibilidade de rotação (o
carro pode andar girando, algo que émostrado no filme) em alta
velocidade e muito mais.
A
máquina perfeita
O Audi RSQ realmente é legal, mas para
quem gosta de informática, nada mais interessante do que ver uma máquina que
consegue imitar os humanos com extrema perfeição. O robô Sonny tem a capacidade
de sentir emoções, sonhar e tomar atitudes diversas sem necessitar
de ordens de um proprietário.
O sistema operacional usado por uma
máquina desse porte tem proporções absurdas. Tantas instruções em um mesmo
software seria uma tarefa complicada de gerenciar e ainda mais difícil de
criar. Até mesmo uma equipe de desenvolvedores altamente capacitada se perderia
em meio aos diversos dados que passariam pelos componentes de hardware de um
robô como os NS5 (modelo do robô Sonny).
Falando especificamente do sistema
operacional, é provável que não tenhamos nada tão avançado, pois nossos
computadores apenas obedecem a ordens, sendo impossível que um sistema tenha
instruções inteligentes que levem ao nível de trabalho automático.
Já quanto à robótica, temos algum
progresso. O projeto de maior destaque nesse sentido inclui dois robôs com
aparência de mulher. As androides japonesas já conseguem realizar algumas
tarefas que imitam a comunicação humana. A fala não é perfeita, todavia os
desenvolvedores vêm investindo pesado no aperfeiçoamento da robô.
Até o momento os
robôs conseguem se expressar através de falas pré-programadas. A respiração já
existe (apesar de não haver necessidade) e até mesmo o piscar de olhos já foi
incluso nos robôs. Não foi informado o quanto os robôs entendem do que os
humanos falam ou se eles realmente enxergam, mas os movimentos e algumas
reações levam a crer que a programação deles já esteja em estágio avançado.
Cérebro robótico
Tudo bem, o
sistema operacional e as peças que dão vida ao Sonny são impressionantes, mas e
o hardware? Se você pensa que um robô tem um processador, está mais do que
correto. No entanto, um robô com tanta tecnologia teria uma CPU tão avançada,
que nem imaginamos o quão rápida ela seria.
Para termos uma
idéia, os computadores mais rápidos da atualidade não conseguem nem imitar a
visão e a audição humana com perfeição. Em “Eu, robô” vemos uma evolução tão
fantástica, a qual vai além da fala, visão, audição, locomoção e processamento
de informações.
Sonny é um caso
único entre os robôs, sendo o privilegiado a ter sonhos e sentimentos (ou ao
menos uma prévia disso tudo). Claro que o fantástico não é exatamente as
atividades que ele realiza, mas toda a tecnologia por trás dele. Um processador
minúsculo e com uma infinidade de núcleos seria a única forma de ter um robô
tão avançado.
Nesse aspecto temos uma grande
barreira, pois nenhum processador atual consegue simular as atividades humanas.
Considerando o tamanho de um robô e ainda a infinidade de peças que deve ser
conectada ao sistema principal, podemos entender que essa realidade está bem
distante.
O mais próximo que poderíamos usar para criar um robô tão inteligente seriam os
processadores voltados ao segmento dos servidores. Por se tratarem de CPUs com
múltiplos núcleos, talvez em uma adaptação bem avançada tivéssemos tal
possibilidade.
Revolução das
máquinas
Felizmente, o filme “Eu, robô”
trata de um mundo fictício, o qual talvez seria muito divertido, no entanto a
revolução das máquinas exibida no filme seria uma grande preocupação, que
algumas pessoas até cogitam que possa ocorrer no futuro.
Independente de qualquer coisa, temos de ficar contentes por haver uma busca
constante por novos conhecimentos, afinal, o objetivo da tecnologia é facilitar
e melhorar nossas vidas (ainda que às vezes pareçamos escravos dela) e avanços
são sempre bem-vindos.
Nosso artigo “Da ficção para a realidade” fica por aqui. Esperamos que você
tenha boas memórias desse filme fantástico e reassista quantas vezes quiser.
Você conhece outra tecnologia do filme que exista na vida real? Participe com
seu comentário.