A
esta altura do campeonato, já não é mais novidade pra ninguém a existência de
uma criatura de apenas 15 centímetros, que foi encontrada há quase dez
anos no deserto do Atacama.
Dadas suas
características morfológicas, que casavam bem com a morfologia tradicionalmente
atribuída a seres alienígenas do tipo alfa, (cabeça grande, corpo esguio, baixa
estatura, olhos grandes e boca subdesenvolvida ou atrofiada) não tardou ser
apontado como sendo a primeira prova concreta de que seres alienígenas existem
de fato. Não somente nos confins do cosmos, como andando pelo planeta Terra.
Nem todos, no entanto,
compartilhavam desta ideia. As suposições também recaíam em algum
descendente de macaco ou restos de um aborto. Havia até quem dissesse que ali
estava uma escultura bem feita, para enganar os “otários”.
Contudo, exames de DNA
do pequeno cadáver, não apenas mostraram que tratava-se de um corpo realmente,
como revelaram que o “humanóide do Atacama” (e apelidado de “Ata”), possuía DNA
humano. Segundo a análise médica que avaliou o cadáver, ele teria vivido entre seis e oito anos. O cadáver foi
analisado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, e exames mais
detalhados foram realizados em Barcelona. Ao todo, foram seis meses de pesquisa
para chegar a esta conclusão. O resultado foi apresentado no documentário
Sirius, lançado recentemente nos EUA.
Os restos de “Ata”
foram encontrados envoltos em uma roupa branca no dia 19 de outubro de 2003 por
Oscar Muñoz, que estava procurando objetos de valor histórico em uma igreja
isolada de La Noria, uma cidade fantasma do deserto do Atacama. O cadáver é do
sexo masculino, tem dentes duros, cabeça ovalada com uma protuberância e, diferentemente dos seres humanos,
possui nove costelas. Seu tamanho não ultrapassa 15 centímetros.
Segundo Garry Nolan,
diretor de Biologia de Células-mãe na faculdade de Medicina de Stanford:
Ele viveu até a idade de seis ou oito anos.
Respirava, comia, metabolizava. Uma das perguntas não respondidas é qual seria
o seu tamanho no nascimento.
De fato, esta foi a
típica solução que não apenas não solucionou o mistério, como levantou um mar
de perguntas intrigantes a respeito do que de fato é este cadáver. Uma criança
de oito anos com QUINZE
CENTÍMETROS?
Sabe-se pela análise
dos ossos, que não se trata de um feto ou recém nascido. O ser tem dentes, e
foi o próprio Nolan, que explicou que cada nucleotídeo analisado do cadáver de
Ata mostrou ser humano. No entanto, é extremamente improvável que um indivíduo
acumule tamanha quantidade de mutações genéticas, muitas das quais deveria
deixar traços conhecidos no exame de DNA, só que não deixaram.
Nolan e seus colegas
analisaram o espécime no outono de 2012, usando fotografias de alta resolução,
raios-X e tomografia computadorizada, bem como sequenciamento de DNA. Os
pesquisadores queriam saber se algum distúrbio raro poderia explicar a
morfologia anômala do esqueleto de Ata. As perguntas que a equipe se dedicava a
tentar solucionar eram: a idade em que o organismo morreu, como o seu tamanho
sugeria um feto prematuro, um bebê natimorto ou uma criança deformada, e se era
humano ou, talvez um primata não humano de origem Sul Americana.
A mais marcante
característica de Ata está em sua deformidade do crânio em conjunção a um
subdesenvolvimento da parte inferior do rosto e da mandíbula, segundo os
pesquisadores. Numa primeira análise médica, o crânio mostrou sinais de turricefalia, ou síndroma da
cabeça alta, um defeito de nascimento em que o topo do crânio é em forma de
cone.
O sequenciamento do
genoma de Ata sugeriu que ele era uma criança ainda, mas não um bebê ou um
feto. As análises do DNA apontaram para humano, embora -vejo poucos veículos
dizendo este pequeno detalhe –9% dos genes
não correspondem-se com o genoma humano de referência. Questionados, os
especialistas alegaram que os desencontros podem ser devido a vários fatores,
incluindo a “degradação do material genético através do tempo, artefatos de
laboratório de preparação da amostra ou dados insuficientes”.
A equipe também
analisou o DNA mitocondrial, ou o DNA dentro de estruturas de geração de
energia das células que é passado de mãe para filho. A assim chamada
“frequência de alelos” do DNA mitocondrial sugeriu que o indivíduo veio do
Atacama, particularmente a partir do grupo de haplótipos B2. O haplótipo é um
longo segmento de DNA ancestral que permanece o mesmo ao longo de várias
gerações, e pode identificar um grupo étnico específico que compartilha essa
característica. Neste caso, o haplótipo B2 é encontrado na costa oeste da
América do Sul. Sendo o ser encontrado numa igreja do Atacama, o haplótipo
analisado parece um dado coerente com a região onde ele foi descoberto.
Os dados dos alelos do
DNA mitocondrial apontaram que “a mãe de Ata era uma mulher indígena da região
chilena da América do Sul”, Nolan escreveu em um e-mail.
Outra coisa estranha
envolvendo o pequeno cadáver, além de sua falta de costelas, suas deformações
de face e crânio, órbitas oculares deformadas, é que os cientistas não encontraram qualquer das mutações
comumente associados com nanismo primordial ou outras formas de nanismo. Se existe uma base
genética para as deformidades, “não é aparente a este nível de resolução e,
nesta fase da análise”, Nolan escreveu no resumo de seu trabalho.
Além disso, mesmo que
estas mutações sejam encontradas em análises futuras no corpo, eles não podem
explicar as anomalias observadas no esqueleto. “Não há forma conhecida de
nanismo que seja responsável por todas as anomalias vistas neste espécime,”
disse Dr. Ralph Lachman, professor emérito, UCLA School of Medicine, e
professor clínico na Universidade de Stanford.
Pegue uma régua aí e
veja o que é 15 centímetros. Imagine agora alguém com oito anos com as
dimensões de um gnomo! Na minha opinião, isso deixa o mistério mais intrigante
que se o DNA desse: “ET!” -Coisa que nunca seria possível de acontecer, já que
uma análise de DNA não funciona assim. Ela no máximo diria “inconclusivo” e
muitos dormiriam felizes.
Eu gostaria de chamar
a atenção para aquele pequeno dado de que a análise do DNA que mostrou que 9%
dos genes de ATA não são de humano. Meu. 9% não é coisa para se descartar
quando se trata de um ser de nove anos com 15 centímetros.
Como sabemos, se
analisarmos o DNA de um chimpanzé, encontraremos miseráveis 2% de diferença
dele para nós. O DNA do macaco Bonobo é 98,7% igual ao humano. Agora, pense um
pouco: Você é um macaco?
Se levarmos a metodologia aplicada no Ata, eu direi que você é um macaco sim.
Se levarmos a metodologia aplicada no Ata, eu direi que você é um macaco sim.
Olhando de fora,
apesar do macaco ter uma cabeça, membros, orelhas, olhos, pêlos, dentes… Seres
humanos e macacos são criaturas diferentes. Então, essa diferença toda reside
em miseráveis 2 porcento de DNA. Como que
pode um ser que tem 9% de DNA não conhecido ser apontado imediatamente
como “ser humano e acabou o papo”?
Sabemos que a Ciência
é feita muito mais com perguntas do que com respostas. E até agora o método de
análise científico nos levou a grandes perguntas, que muitos podem temer fazer
com medo de expor-se ao ridículo, o que antes de tudo, um erro, já que se o
cientista se sabota ao fazer as perguntas, ele jamais encontrará as respostas.
O cientista está sujeito às mesmas regras do ator. Se um ator tem medo do
ridículo, então ele não é um bom ator.
Uma dessas perguntas
é: E se esta criatura for um ser
híbrido entre humanos e alienígenas?
Parece bizarro pensar
isso? Ok. É mesmo, e eu admito. Mas vamos convir que um cara de oito, nove
anos, com a metade do tamanho do pinto
do Kid Bengala também é bem bizarro. Se pode ter uma pessoa -que não sofre de nanismo
primordial, logo não é um anão – com essa idade e tamanho, e temos que ter a
mente aberta para aceitar isso, mesmo sem termos um único caso sequer conhecido
até hoje, podemos ter a mente aberta para outras hipóteses mais, digamos,
espaciais. E se for mesmo um híbrido?
A natureza é pródiga
em nos apresentar evidências de espécies cruzadas. Quer um exemplo? O ligre,
esta colossal criatura que mais parece um ser das terras de Nárnia:
Quem não lembra do
famoso caso Villas Boas, quando o agricultor é levado, na base da porrada para
dentro da nave e acaba numa tórrida sessão de sacanagem com uma mulher
“esquisita”, que após ter relações com ele, prontamente recusou suas
investidas. Levantou-se, apontou o ventre e depois apontou o céu, antes dos
seres que o agarraram voltarem e o devolverem à roça. Leia o caso Villas
Boas aqui.
Eu sei que num
primeiro momento, isso parece um roteiro de filme B dos anos 50, mas vamos
tentar manter a mente aberta por um pequeno e fugaz momento, para pensarmos por
que diabos um plano de hibridização entre espécies do espaço parece tão
absurdo.
Na
verdade, meus amigos, é possível que os alienígenas não tenham mesmo nada a ver
com o pequeno Ata, mas isso nos conduziria a uma complexa cadeia investigativa
à frente. Como ele poderia ser daquele tamanho com aquela idade? Por que tem
costelas a menos? Que tipo doença ou síndrome desconhecida não registrada no
DNA causou um nanismo tão acentuado?